Silêncio
Published quarta-feira, dezembro 08, 2004 by Rui Vieira | E-mail this post
((clique para quebrar o silêncio...)
Não sou um eremita que anseia por viver longe da sociedade. Gosto das pessoas, gosto do rebuliço das cidades, das luzes de néon a guiar-me os passos e até da música alta que irrompe pelos timpanos e se instala nos meus sentidos.
Mas, tal qual o eremita, gosto do Silêncio.
O Silêncio tem tanto de inquietante como de reconfortante. Se para mim é um amigo no qual me recolho e escuto os meus próprios pensamentos, para os outros é um desafio. Quando alguém me responde com Silêncio, logo tento adivinhar o seu significado.
E essa é a magnificiência do Silêncio. Quantas mais pessoas forem confrontadas com o Silêncio, mais diverso será o seu significado.
Perante o Silêncio, projectamos as nossas ansiedades, as nossas dúvidas, receios e expectativas. Enquanto o Silêncio dura criamos um mundo no qual tudo ocorre de acordo com o objectivo que perseguimos. É quando ele desaparece que despertamos para a realidade e somos confrontados não só com o nosso próprio querer, mas também com o do autor do Silêncio... e aí, quebra-se o encantamento. Já não é mais uma situação ídilica, um “momento para recordar”, um perpétuo bem-estar. É o prosseguir da acção, o beijo acalorado ou o subtil acenar em jeito de despedida.
Por isso prefiro o Silêncio. Enquanto ele permanece, também o sonho lá está... e com ele, as ilusões e as desilusões!
Rui Vieira
Como sempre o teu comentário é importante. E tu, gostas do Silêncio?