Com um sorriso nos lábios, extenuado pelo objectivo de ter o blog pronto neste dia em que se comemora a Poesia, este vosso
copista ressuscita o Sopa de Letras para semanalmente trazer a este canto de leitura uma pérola da escrita (poesia ou não).
Como devem ter verificado o Sopa de Letras traz agora incluido o genérico que abre a leitura do poema todos os Domingos na Xl-FM pelas 20:20h. (Se estiver a maçar basta clicar sobre o pause). Esta é uma das novidades que vos queria trazer neste novo ciclo do Blog. Sempre que o tempo o permitir, irei dedicar-me à actualização do mesmo, seja com novas funcionalidades, seja com links para imprescindivel consulta do mundo das Artes.
Antes de publicar o poema de hoje, não posso deixar de agradecer a todos quanto visitam este Blog e à Cláudia que pesquisa, coordena, critica e apaixona-se por cada um dos poemas que me traz para leitura. Uma palavra final ainda para o
Rui Estevão que embora ande com o nome do Blog trocado foi uma alavanca para a actualização do Sopa de Letras.
Hora
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
julgo ser desnecessário justificar a escolha neste dia de Poesia