Published domingo, julho 17, 2005 by Rui Vieira.
Posso dizer que o êxtase do vinho
ou do comboio ou do cavalo rápido
me sabem bem e os amo Amo as coisas
Amo o lupanar o alaúde e o mar
Amo os fogos –fátuos
E as virgens fátuas
Amo os leques
E os pavões reais
Amo aquilo que arde
o que voa e se abre
o que enlouquece e cresce
o que salta e se move
aquilo que bebe os ventos
e é musica e contacto
o que é vasto e é casto
o que é milagre e perigo
e se espreguiça e respira
e viaja por capricho
Amo viajar descalço
“Doze nós numa corda”
Antologia organizada por Herberto Helder
Published domingo, julho 10, 2005 by Rui Vieira.
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Vinicius de Moraes